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Tratamento da Ansiedade


Biologicamente, a ansiedade está relacionada com a hiperatividade adrenérgica, que é o sistema do corpo relacionado a situações de perigo, ou luta e fuga como dizem os livros. O indivíduo ansioso parece que está sempre preparado para fugir ou lutar, no sentido amplo dessas últimas ações. O retraimento, isolamento, evitação a situações de exposição correspondem ao fugir; já a expansividade, impacienciência e superexposição relacionam-se à luta.

É como se a adrenalina inundasse o corpo e extravasasse tal qual o leite se esparrama quando ferve. O corpo não consegue conter a adrenalina. É assim que os pacientes se sentem diante do furor ansioso que não conseguem controlar; não aceitam os limites que as situações lhes impõe: ficam irritados com o semáforo que não abre, com a hora que não passa, com os trabalhos que têm que concluir ou a espera num consultório médico.

Assim, a ansiedade tem a ver com a dificuldade de aceitação de limites, sejam eles externos, como o tempo, o clima, espaço físico, regras sociais e o espaço das outras pessoas; ou internos ao próprio indivíduo, ou seja, seus limites corporais e psicológicos.

O ansioso sempre quer burlar um limite, não agüenta esperar o momento certo, quer tudo ao seu modo e tempo. As crianças na sua imaturidade manifestam alguma ansiedade e testam os limites dos adultos. É muito comum observar uma criança birrenta aos berros querendo impor sua vontade, mas, diante do limite rígido e inabalável de alguns pais, o infante contém seu choro, sossega e aceita o limite.

Como a criança não pode se controlar por si própria, já que não tem recursos físicos e mentais para isso, ela pede limite, dado por pais presentes. Imagine uma criança brincando pelo chão, e que já sabe que não pode pôr o dedo na tomada, ameaça colocá-lo, mas antes olha para os pais esperando que estes lhe impeçam.

Desta forma, o ansioso não se sente contido, acolhido, com limites bem estabelecidos. Sente um desconforto corporal contínuo, vivendo uma constante luta e fuga, uma hipervigilância contra a hostilidade do mundo, como se esse fosse uma mãe cruel que não lhe acolhe.

Certa vez perguntei a um paciente muito ansioso o que era ansiedade e ele me respondeu que ser ansioso é como ser deus que, com sua onipotência e onipresença, quer tudo ao seu tempo e modo, e quaisquer contrariedades lhe deixava furioso.

Desta forma é até compreensivo que o ansioso não aceite tratamento, pois pode ver na medicação mais um limite imposto, podendo se tornar dependente de tal remédio. Ora somos dependentes de sabonete, pasta de dente ou de um professor que nos traz um conhecimento novo. Assim, há dependências que são boas e somos seres humanos com muitas limitações e as coisas não serão exatamente como queremos.